segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Secretaria de Segurança organiza banco de talentos

A Secretaria de Segurança está organizando um banco de talentos, visando a oferecer cursos os seus servidores.
Veja no link a seguir: http://www.bancodetalentos.seseg.rj.gov.br/candidate/new



Minoritários da Petrobrás

Valor Econômico – Empresas – 24.08.2012 – B-10

Minoritários ficam sem força na Petrobras

Por Graziella Valenti
De São Paulo

O recado veio do Judiciário. Contra a Petrobras ninguém pode. Pelo menos, não sozinho. A menos que os investidores de mercado se organizem, pouco ou quase nada conseguirão discutir com a estatal na Justiça.

Essa é a conclusão que se tira da decisão da juíza Márcia Cunha Silva Araújo de Carvalho, da 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Foi lá que o investidor individual Rafael Rodrigues Alves da Rocha tentou iniciar sozinho um processo contra a Petrobras, por conta da eleição de Josué Gomes da Silva, dono da Coteminas e filho do ex-vice-presidente da República José Alencar, para a vaga de minoritários preferencialistas no conselho de administração da empresa.



Alves da Rocha tinha, na ocasião da assembleia, uma participação equivalente a R$ 50 mil - aproximadamente 80 salários mínimos - concentrada em ações preferenciais, que não votam mas podem eleger representante no conselho de empresas abertas.

Em sua sentença, concedida na sexta-feira passada, a juíza Márcia afirma que a participação minoritária do investidor era "praticamente inexistente".

A Petrobras, com receita líquida anual perto de R$ 270 bilhões, é a maior e mais líquida do mercado de capitais brasileiro, avaliada em R$ 290 bilhões na BM&FBovespa. A participação de Alves da Rocha é, portanto, uma fração pequena da empresa.

Na visão da juíza, "acionista com tão ínfima participação no capital não pode pretender demandar contra a companhia". Na sentença, justifica que "a Lei das S/As garante os direitos dos acionistas minoritários, mas também protege as companhias contra o abuso desse direito, ao estipular que apenas acionistas minoritários com participação mínima equivalente a 5% do capital social têm direitos contra as sociedades". E cita os artigos 126, parágrafo 3º, e 246, parágrafo 1º (veja acima).

Consultada pelo Valor, a juíza Márcia afirmou que os dispositivos de proteção aos minoritários existem para atender a maioria da minoria. "Seria como num condomínio de 10 mil unidades, em que fosse aprovada a construção de uma piscina, permitir a paralisação da obra por um só morador."

A juíza diz que estaria protegendo o restante da minoria da Petrobras, que não apresentou queixa junto com Alves da Rocha e, portanto, estaria satisfeita.

Atualmente, não há nenhum investidor minoritário com 5% da Petrobras. Uma fatia desse porte equivaleria a R$ 15 bilhões. Trata-se de um percentual relevante para ser obtido mesmo como resultado da união de diversos aplicadores.

De acordo com dados do 13F, documento arquivado na Securities and Exchange Commission (SEC), seria preciso unir os dez maiores investidores estrangeiros de Petrobras para somar 4,6% do capital da empresa.

Para a assembleia geral ordinária de 19 de março, havia um grupo organizado que pretendia eleger um representante para a vaga de preferencialistas no conselho da Petrobras. A iniciativa era inédita. O grupo tinha entre as lideranças a gestora de recursos BlackRock, com 5% das preferenciais. Entretanto, hoje, o fundo já não detêm mais tal participação.

Mas a iniciativa foi frustrada, porque fundos de pensão de empresas estatais - controladas pela União Federal, assim como a Petrobras - e ao que tudo indica, também o BNDES e a BNDESPar votaram como minoritários nessa assembleia e reuniram participação superior à dos investidores pulverizados no mercado.

As fundações reelegeram Josué Gomes da Silva para o conselho. Contudo, seu nome não estaria oficialmente concorrendo.

Depois de participar da assembleia, o minoritário Alves da Rocha queria levar a discussão ao Judiciário. Para questionar o voto dos fundos de pensão, ele precisaria antes provar que foram eles que votaram em Josué. Como não conseguiu as cédulas de indicação e de votação da assembleia diretamente na companhia, tentou obtê-las por meio da Justiça - o que lhe foi negado pela juíza Márcia. Tratava-se do preparo da ação principal em que questionaria a legitimidade da eleição de Josué.

Alves da Rocha foi sozinho ao Judiciário. E a dificuldade em conseguir aliados para sua ação também se deve ao gigantismo da Petrobras. Mas sob outro ponto de vista. A maioria dos investidores institucionais não quer se envolver em disputas com a companhia, especialmente esta, que inclui os maiores fundos de pensão do país e também o BNDES.

Além da própria Petrobras, que movimenta bilhões na economia brasileira, e do controlador, a União Federal, as fundações são cotistas relevantes tanto de fundos de grandes bancos como de gestoras independentes de recursos.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investiga a assembleia e a conduta das fundações, conforme revelou o Valor.

Ensino a distância

Valor Econômico – Empresas – 24.08.2012 – B7


Quem vai ganhar no ensino a distância

Por Beth Koike
De São Paulo

Melzi, presidente da Estácio: alunos têm de estar presentes só nas provas

O mercado começa a discutir o futuro do ensino a distância (EAD), segmento que nos últimos cinco anos praticamente triplicou de tamanho e hoje já conta com cerca de 1 milhão de alunos. Uma das tendências em debate é a substituição do atual modelo por cursos de graduação ministrados totalmente por meio da internet - modalidade em que o aluno só precisa comparecer à sala de aula para as provas ou disciplinas práticas.

Atualmente, pelo formato mais usual, além de acessar o conteúdo pela web de casa, o estudante vai aos polos das instituições espalhados pelo país assistir a aulas ministradas ao vivo por videoconferência (transmitidas via satélite). Em cada sala, há um tutor que envia as dúvidas dos estudantes ao professor. O conteúdo pedagógico fica disponível na internet para consultas posteriores e o aluno também pode enviar suas dúvidas.

Os consultores especializados em educação Carlos Monteiro, João Vianney e Ryon Braga acreditam que o setor vive hoje um período de transição e que a partir de 2015 começará uma migração para cursos de graduação realizados exclusivamente pela web. "Daqui alguns anos haverá uma concorrência entre cursos transmitidos pela internet e por satélite", disse Carlos Monteiro, sócio da consultoria CM. "O custo de cursos pela internet é muito menor", afirma Ryon Braga, fundador da Hoper.

O mercado financeiro também está de olho nessa tendência. A HSBC Corretora enviou, este mês, um amplo relatório de 80 páginas para investidores destacando os cursos focados na web. A corretora acredita que já a partir de 2014 inicia-se essa migração.

Hoje alguns grupos de ensino já investem em cursos totalmente on-line. Entre eles, estão, por exemplo, a carioca Estácio e a catarinense Unisul, que juntas têm mais de 55 mil alunos. A Cesumar, de Maringá (PR), não tem cursos de graduação formatados especialmente para a internet, mas cerca de 20% (4 mil) dos seus estudantes de ensino a distância só vão à faculdade em dias de prova ou aulas práticas. A Uninter, do Paraná, uma das maiores em EAD, está desenvolvendo um projeto para ter esse tipo de graduação. "Hoje, um dos problemas dos cursos totalmente on-line é a evasão. É preciso ter um acompanhamento muito próximo para que os alunos continuem se sentido parte da instituição, mesmo estando distantes", explicou Benhur Gahio, diretor da Uninter, que tem 80 mil matriculados em graduação a distância.



Nesse cenário futuro, a corretora do HSBC acredita que o grupo mais afetado será a Kroton, uma vez que 30% dos seus alunos estudam a distância com o modelo de aulas via satélite. A Anhanguera também seria prejudicada porque trabalha com o mesmo sistema. Na outra ponta, a mais beneficiada seria a carioca Estácio, cujas aulas são todas transmitidas pela internet.

"Em 2014-15, esperamos que o MEC tenha concluído o ciclo de avaliação dos cursos de EAD totalmente baseados na internet (...). A nosso ver, a expansão desses cursos será o começo do fim dos cursos baseados na transmissão de satélites e de outros cursos que exigem o comparecimento semanal de alunos nos polos de EAD", informa o relatório da HSBC Corretora, assinado pelos analistas Luciano Campos e Caio Moscardini.

O relatório destaca ainda que no curto prazo, ou seja, pelo menos até o próximo ano, o cenário continue favorável para a Kroton. Porém, esse sucesso só seria mantido se a instituição de ensino mineira tiver capacidade para migrar seu atual modelo para aulas totalmente on-line. "Acredito que o modelo que adotamos, com aulas 80% a distância e 20% telepresenciais, ainda vai persistir por mais 10 a 15 anos. A evasão em cursos a distância com interação presencial é muito menor quando comparada aos cursos 100% a distância", disse Rodrigo Galindo, presidente da Kroton. A companhia investiu R$ 1,8 bilhão na compra de duas faculdades de EAD. "Não acho que a Kroton será prejudicada nesse novo modelo. Ela continua tendo como vantagem o grande volume de alunos já estudando a distância", complementou Braga.

O relatório da HSBC Corretora também questiona o desempenho da Anhanguera, que cresceu pouco em EAD porque está focada na integração da Uniban, comprada em setembro de 2011. A Anhanguera terminou o segundo trimestre com 86,7 mil alunos na graduação, aumento de apenas 6% em relação a um ano antes. Já na Estácio, o crescimento foi de 38,2%. Os analistas preveem que a Anhanguera retomará a expansão, mas questionam como isso será feito. "Não temos certeza que a Anhanguera está convencida de que precisa mudar as características de seus cursos em EAD, portanto, pode ou não adotar o caminho que acreditamos ser o correto", informa. "Não acredito nesse formato. O modelo consagrado que atingiu 1 milhão de alunos é o atual, um mix de internet e satélite. Já vi vários cursos baseados só em web que quebraram", diz Ricardo Scavazza, presidente da Anhanguera.

Preferida pelos analistas da HSBC, a Estácio foi a última entre as empresas de educação com ações em bolsa a entrar no mercado de ensino a distância. "A Estácio pode ter que melhorar sua oferta de EAD, mas pelo menos em relação a outras empresas listadas e outras grandes empresas, já oferece a conveniência de um número mínimo de visitas a polos de ensino, e parece já estar preparada para competir com um número limitado de polos. Portanto, em nossa opinião, a Estácio deve ser a mais beneficiada pelas mudanças potenciais na dinâmica competitiva", segundo o relatório "Nosso modelo é resultado de uma reflexão de dois a três anos. Não há polos. Os alunos fazem as provas trimestrais no próprios campi da Estácio. Acreditamos na conveniência deste modelo, principalmente, em cidades grandes em que o deslocamento é complicado", disse Rogério Melzi, presidente da Estácio.

Minoritários da Petrobrás

Valor Econômico – Empresas – 24.08.2012 – B-10


Minoritários ficam sem força na Petrobras

Por Graziella Valenti
De São Paulo

O recado veio do Judiciário. Contra a Petrobras ninguém pode. Pelo menos, não sozinho. A menos que os investidores de mercado se organizem, pouco ou quase nada conseguirão discutir com a estatal na Justiça.

Essa é a conclusão que se tira da decisão da juíza Márcia Cunha Silva Araújo de Carvalho, da 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Foi lá que o investidor individual Rafael Rodrigues Alves da Rocha tentou iniciar sozinho um processo contra a Petrobras, por conta da eleição de Josué Gomes da Silva, dono da Coteminas e filho do ex-vice-presidente da República José Alencar, para a vaga de minoritários preferencialistas no conselho de administração da empresa.



Alves da Rocha tinha, na ocasião da assembleia, uma participação equivalente a R$ 50 mil - aproximadamente 80 salários mínimos - concentrada em ações preferenciais, que não votam mas podem eleger representante no conselho de empresas abertas.

Em sua sentença, concedida na sexta-feira passada, a juíza Márcia afirma que a participação minoritária do investidor era "praticamente inexistente".

A Petrobras, com receita líquida anual perto de R$ 270 bilhões, é a maior e mais líquida do mercado de capitais brasileiro, avaliada em R$ 290 bilhões na BM&FBovespa. A participação de Alves da Rocha é, portanto, uma fração pequena da empresa.

Na visão da juíza, "acionista com tão ínfima participação no capital não pode pretender demandar contra a companhia". Na sentença, justifica que "a Lei das S/As garante os direitos dos acionistas minoritários, mas também protege as companhias contra o abuso desse direito, ao estipular que apenas acionistas minoritários com participação mínima equivalente a 5% do capital social têm direitos contra as sociedades". E cita os artigos 126, parágrafo 3º, e 246, parágrafo 1º (veja acima).

Consultada pelo Valor, a juíza Márcia afirmou que os dispositivos de proteção aos minoritários existem para atender a maioria da minoria. "Seria como num condomínio de 10 mil unidades, em que fosse aprovada a construção de uma piscina, permitir a paralisação da obra por um só morador."

A juíza diz que estaria protegendo o restante da minoria da Petrobras, que não apresentou queixa junto com Alves da Rocha e, portanto, estaria satisfeita.

Atualmente, não há nenhum investidor minoritário com 5% da Petrobras. Uma fatia desse porte equivaleria a R$ 15 bilhões. Trata-se de um percentual relevante para ser obtido mesmo como resultado da união de diversos aplicadores.

De acordo com dados do 13F, documento arquivado na Securities and Exchange Commission (SEC), seria preciso unir os dez maiores investidores estrangeiros de Petrobras para somar 4,6% do capital da empresa.

Para a assembleia geral ordinária de 19 de março, havia um grupo organizado que pretendia eleger um representante para a vaga de preferencialistas no conselho da Petrobras. A iniciativa era inédita. O grupo tinha entre as lideranças a gestora de recursos BlackRock, com 5% das preferenciais. Entretanto, hoje, o fundo já não detêm mais tal participação.

Mas a iniciativa foi frustrada, porque fundos de pensão de empresas estatais - controladas pela União Federal, assim como a Petrobras - e ao que tudo indica, também o BNDES e a BNDESPar votaram como minoritários nessa assembleia e reuniram participação superior à dos investidores pulverizados no mercado.

As fundações reelegeram Josué Gomes da Silva para o conselho. Contudo, seu nome não estaria oficialmente concorrendo.

Depois de participar da assembleia, o minoritário Alves da Rocha queria levar a discussão ao Judiciário. Para questionar o voto dos fundos de pensão, ele precisaria antes provar que foram eles que votaram em Josué. Como não conseguiu as cédulas de indicação e de votação da assembleia diretamente na companhia, tentou obtê-las por meio da Justiça - o que lhe foi negado pela juíza Márcia. Tratava-se do preparo da ação principal em que questionaria a legitimidade da eleição de Josué.

Alves da Rocha foi sozinho ao Judiciário. E a dificuldade em conseguir aliados para sua ação também se deve ao gigantismo da Petrobras. Mas sob outro ponto de vista. A maioria dos investidores institucionais não quer se envolver em disputas com a companhia, especialmente esta, que inclui os maiores fundos de pensão do país e também o BNDES.

Além da própria Petrobras, que movimenta bilhões na economia brasileira, e do controlador, a União Federal, as fundações são cotistas relevantes tanto de fundos de grandes bancos como de gestoras independentes de recursos.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investiga a assembleia e a conduta das fundações, conforme revelou o Valor.

Provas de inlglês do Doutado e Mestrado da UERJ

Digitalizei e inseri hoje no blog as provas de inglês do doutorado e mestrado da UERJ.  As provas são as mesmas para os programas de doutorado e mestrado. Boa sorte!
Acesse aqui: http://www.mediafire.com/view/?epciibt5tk8rf43

Plano de recuperação da Delta

Valor Econômico – Empresas - 24.08.2012 – B10




Delta apresenta plano a credores



Por Daniel Rittner
De Brasília

Para sobreviver a uma das maiores crises de imagem corporativa dos últimos anos, a Delta Construção desenhou uma proposta de pagamento aos seus credores que se estende até 2021, no âmbito do processo de recuperação judicial aceito, em junho, pela 5ª Vara Empresarial do Rio.

Os detalhes da proposta foram apresentados ao Valor pelo diretor-geral da empresa de consultoria Alvarez & Marsal, Marcelo Gomes, que comanda o plano de reestruturação da Delta. A expectativa dos credores é de que a proposta seja tornada pública, pela juíza Maria da Penha Nobre Mauro, entre hoje e segunda-feira.

Sem prever a separação da construtora em unidades produtivas diferentes, conforme foi cogitado nas últimas semanas, o plano acabou sendo bastante pragmático. "Basicamente, estamos pedindo o alongamento dos prazos aos nossos credores", disse Gomes. A empresa pede carência no pagamento da maior parte da dívida até julho de 2014, mesmo mês em que termina o prazo da declaração de inidoneidade da Controladoria-Geral da União (CGU), que a impede de participar de licitações e assinar novos contratos com o setor público.

A dívida da Delta com credores financeiros chega a R$ 170 milhões, segundo o executivo. Cerca de R$ 120 milhões, o equivalente a 70%, serão pagos a partir de agosto de 2014. O pagamento ocorrerá em parcelas mensais, ao longo de sete anos. A dívida está concentrada em quatro bancos: Bradesco, Santander, Banco do Brasil e HSBC - nessa ordem.

A construtora promete pagar o restante do débito - aproximadamente R$ 50 milhões - à medida que for recebendo o dinheiro por "serviços executados, aprovados e medidos" em contratos com o governo, segundo Gomes. Quando uma empreiteira executa uma obra para a administração pública, um auditor do governo precisa medi-la para comprovar se ela foi feita conforme o projeto contratado. Atualmente, existem contratos de R$ 140 milhões nessa situação e a juíza Maria da Penha já expediu ofício aos órgãos públicos, solicitando o depósito dos valores em uma conta sob acompanhamento direto da Justiça do Rio.

Em uma tentativa de levantar crédito na praça, a proposta da Delta permite aos bancos antecipar o recebimento do crédito, mas atrela essa possibilidade a um benefício que se volta à própria construtora. A cada R$ 10 em empréstimos novos à empresa, a Delta se compromete a adiantar o pagamento de R$ 2 da dívida com o banco responsável pelo financiamento, independentemente do prazo acertado originalmente. "Posso comentar que alguns bancos já estão abertos a nos liberar novos financiamentos", disse o diretor da Alvarez & Marsal.

Outra parte da proposta, com tratamento diferente pela Delta, envolve a dívida com os fornecedores. "Reconhecemos a necessidade de apoio dos bancos no longo prazo, mas os fornecedores são parceiros para a continuidade das nossas operações", afirmou. Por isso, eles foram divididos em três categorias, conforme os valores devidos. Os fornecedores com crédito menor englobam de prestadoras de serviços, como instalações hidráulicas, a transportadoras. Os maiores são fornecedores de insumos importantes na atividade de construção, como asfalto, pedra e brita. Esse grupo inclui ainda fabricantes de equipamentos pesados.

Os pagamentos aos fornecedores começam a sair em janeiro de 2013. Um conjunto de 900 empresas, para as quais a Delta deve até R$ 100 mil em cada caso e R$ 31 milhões no total, receberá em 12 meses (com desconto de 20%) ou em 18 meses (sem desconto). Outro grupo de 150 empresas, para as quais a construtora tem dívidas entre R$ 100 mil e R$ 1 milhão, receberá em 18 meses (com desconto de 20%) ou em 24 meses (sem desconto). Essa dívida totaliza R$ 35 milhões.

O cenário mais complicado, entre as fornecedoras da Delta, está na frente de um grupo de apenas dez empresas. Elas têm mais de R$ 1 milhão para receber da construtora, cada uma, e o montante total da dívida alcança R$ 37 milhões. Para elas, a proposta é acertar todo o passivo em 24 meses (para quem concordar com um desconto de 20%) ou em 36 meses (sem desconto).

Em todos os casos, as empresas fornecedoras podem aceitar equipamentos em posse da Delta como forma de pagamento, desde que o volume total não supere o teto de R$ 12 milhões. Com isso, a construtora evita comprometer o andamento das obras que ainda toca e uma nova fonte de receitas: o aluguel, para outras empreiteiras, de suas máquinas.

Outro ponto não deve passar despercebido pelos credores: as dívidas são congeladas, segundo a proposta da empresa, sem nenhuma atualização dos valores pelos índices de inflação.

Se tudo ocorrer conforme os planos da Delta, a assembleia de credores poderá ser realizada no início de novembro, viabilizando a aprovação do plano de recuperação judicial até o fim do ano.

No início deste ano, antes de estourar o escândalo que originou a CPI do Cachoeira e levou à lona o nome da Delta, a construtora executava obras no valor de R$ 220 milhões por mês e empregava 17 mil pessoas. Hoje, depois de todos os ajustes, toca obras de R$ 100 milhões por mês e reduziu o quadro a 8,6 mil empregados. Em julho de 2014, segundo Gomes, ela provavelmente sairá do processo de recuperação judicial com R$ 50 milhões por mês e com um quadro de cinco a seis mil empregados. "Dependerá muito do volume de contratos privados."

Gomes reconhece que ainda falta um longo caminho para tirar do chão a imagem negativa da Delta, mas ressalta o fato de que a construtora já saiu de todos os consórcios nos quais havia possibilidade de ruptura com os sócios - como o estádio do Maracanã e o BRT Transcarioca.

O executivo identifica oportunidades em contratos com a iniciativa privada, o que nunca foi o foco da Delta. "Estamos mudando o nosso DNA", disse. Segundo ele, 5% do faturamento atual tem vindo do aluguel de equipamentos a outras empreiteiras. Outra possibilidade, cogitada para os próximos anos, é prestar serviços de construção às concessionárias que vencerem os contratos de grandes obras previstas no pacote de infraestrutura lançado pelo governo na semana passada.


Registre as histórias, fatos relevantes, curiosidade sobre Paulo Amaral: rasj@rio.com.br. Aproveite para conhecê-lo melhor em http://www2.uol.com.br/bestcars/colunas3/b277b.htm

Eis o veículo (Motorella) que tenho utilizado para andar na ciclovia da Lagoa e ir ao trabalho sem suar